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ESTUDOS DE FORMAÇÃO

Em preparação para o EJD Nordeste, pedimos aos Padres de nossa Congregação para elaborar materais de estudo e reflexão para serem debatidos nos grupos de jovens de nossas paróquias.

 

Inspirados no tema "Jovens Suavizando Cruzes" e no lema "Só com o amor se reparam as feridas do coração", os textos irão nos auxiliar no entendimento do carisma dehoniano, fundamentado na passagem bíblica de João 15,13. 

 

 

São três textos que foram elaborados pelos padres: Pe. Luis Theuws,scj, Pe. Francisco Belarmino, scj e o Pe. Carlos Alberto da Costa, scj.

 

Que possamos fazer um bom proveito destes textos e vivenciar melhor o nosso EJD Nordeste.

1

“Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13)

Neste primeiro texto, o Pe Francisco Belarmino, scj, faz uma reflexão do texto bíblico do Evangelho de João 15,13. Passagem bíblica escolhida como fundamentação do tema do EJD Nordeste.

 

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2

Em breve iremos disponibilizar o segundo texto, escrito pelo Pe. Luis Theuws,scj. Um reflexão da frase de Padre Dehon, que é o lema do EJD Nordeste.

 

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3

O Pe. Carlos Alberto, scj. faz uma reflexão do tema do EJD Nordeste,

 

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“Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13) 

Queremos partir do princípio de que, somente o amor é capaz de gerar relações sadias, pois, somente ele nos impede de tratar o outro como coisa ou objeto. Por conseguinte, só o amor faz a comunhão acontecer entre as pessoas. Portanto, podemos afirmar que, o amor faz parte da essência da pessoa humana. Como pessoa, se eu não amo, prejudico-me. A lógica é esta, quanto mais amo, mas me realizo como pessoa.

 

Dizia um grande filosofo Kierkegaard: “A força que impulsiona a nossa vida é o amor”. Em 2Cor 5,14, o apóstolo Paulo diz: “O amor de Cristo é que nos impulsiona”. Porém, é bom ressaltar que, antes de Paulo, foi Jesus que disse: “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês”(Jo 15,12). 

 

Participando da vida da sua comunidade, a juventude aos poucos vai descobrindo que o amor nunca fica aquém da justiça, mas a exige, e vai sempre além. Vai percebendo e se conscientizando que o amar é dar-se, é comunicar-se; é fazer o outro crescer como pessoa. É a partir desta máxima, que o amor faz da vida uma missão a serviço da verdade, da paz e da comunhão. Quem ama, não se cala e não cruza os braços diante das injustiças, das desigualdades, das mentiras. O amor nos liberta das amarras do medo, da covardia, da indiferença.  

Não nos esqueçamos que, o amor só existe situado; é marcado pelas situações. Não se ama genericamente, amamos pessoas concretas, com nome, com história, etc. Não se ama a todo mundo da mesma maneira. Por exemplo: “amar uma pessoa corrupta significa denunciar o mal que há nela; amar uma pessoa vítima da corrupção significa apoia-la e defende-la contra a corrupção”. 

 

Podemos dizer que, a opção pelos necessitados faz parte da essência do amor. Pois, quem não faz essa opção, não ama de verdade. Vivemos numa sociedade dividida e desigual, por conseguinte, o único lugar possível de onde podemos amar a todo mundo é o lugar do injustiçado, do humilhado. Eu só posso amar um desonesto, um violento colocando-me contra ele, ao lado dos que sofrem as consequências. Se eu compactuo com um corrupto, não o amo de verdade, não trabalho pela realização autentica de sua vida, nem pela sua salvação.

 

Não é novidade nenhuma, dizer que, o amor cura, liberta e dá sentido à vida.

Porém, não podemos nos esquecer que, amar é um processo dinâmico e continuo, pois, nunca chegaremos a cem por cento; estamos a caminho, caindo, batendo a poeira e levantando. Uma coisa é certa, só pelo caminho do amor chegaremos ao encontro com Deus, o absoluto da nossa vida, o Amor Pleno.  

 

Queremos com muita ênfase dizer que, o amor faz parte da nossa natureza humana, pois, trata-se de uma experiência que sempre encanta e atrai. A fraternidade e a amizade são duas modalidades de vivermos o amor. A fraternidade é para todos, incluindo até os inimigos: “Amem seus inimigos... Pois, se vocês amam somente aqueles que os amam, que recompensa vocês terão?” (Mt 5,44-46). A fraternidade não pode ser genérica, ela só existe situada. A amizade, portanto, vai além da fraternidade. É sempre algo gratuito, no entanto, exige um compromisso de reciprocidade, é dar e receber. A verdadeira amizade não exclui a fraternidade com todos, antes, precisa dela.

 

Não resta dúvida de que, o amor é hoje uma das palavras mais usadas, digo, mal usada, por esta razão, desgastada. O amor é o contrário do egoísmo. A mídia, por sua vez, faz da palavra amor apenas uma expressão de sentimentalismo, romance, egoísmo... Quando, na verdade, o amor é doação de si para fazer o bem ao outro. Amar é colocar-se sempre a serviço do outro; por isto, exige sacrifício, renúncia e disponibilidade. Amar não é um vago sentimento, mas uma decisão livre e consciente. 

 

O apostolo São Paulo, na carta aos Coríntios, exprimiu com muita profundidade o que é o amor: “O amor é paciente, e benigno; não é invejoso, não é orgulhoso, não é soberbo; nada faz de inconveniente, não se irrita, não suspeita mal, não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará” (1Cor 13,4-8). A parti desta perspectiva paulina a respeito do amor é que podemos compreender o que disse Santo Agostinho: “Ama e faz o que queres”.  

 

Pe. Francisco Belarmino Gomes, scj

 

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